domingo, 8 de maio de 2011

Dia das Mães

 Neste dia das mães, quis postar estas duas telas, relativas ao tema. A primeira foi tema do dia das mães do Sider Shopping, há 6 anos atrás. A segunda, Aprendendo a Amar, pintei há 8 anos atrás, usando uma foto de meu filho Guilherme e seu robozinho (já faleceu, o robozinho... rsrsr)
Aproveito a oportunidade para colocar um texto que escrevi há anos atrás, em homenagem à minha mãe.

Eu era um peregrino...
         Teria que ir a uma terra estranha... Quem já esteve numa situação assim, sabe bem o que quero dizer...
         “Será que vou saber me comunicar? E os costumes, como serão? Serão amistosos, os habitantes, ou serão hostis? Ah! Meu Deus, tudo é tensão, é ansiedade. Está certo, eu tenho fé... Acho até que estou preparado para enfrentar a viagem, mas não sou propriamente um viajante profissional...
         O pessoal da equipe já me deu as instruções. Já me avisaram onde ficar, por quanto tempo, etc. Mas isso não diminui em nadinha de nada a minha ansiedade...
         Passei mal na véspera... Fiquei insone, sem fome, sem nada... Que Deus me ajude...
         Eu era um peregrino...
         Fui acolhido... Tive conforto, nada me faltou... Era só reclamar de fome que todas as minhas necessidades eram saciadas de imediato. Jamais tive frio, calor, ou  sede... Conforto maior, impossível! Foram 270 dias de vida fácil. Ah! Como fui trouxa em ter medo. Tá certo, tive lá minhas dificuldades de me fazer entender, mas... faz parte da adaptação. E agora estou aqui, contando a minha história.
         Eu era um peregrino, como todos vocês. Porque cada um de vocês aqui presentes, foi peregrino, também... Foram acolhidos no ventre de suas mães. Se estão aqui, ouvindo minha história singela, passaram por isso, como eu. Foram acolhidos, aquecidos, desejados ou não, não importa! Mas... se aqui estão, passaram pela mesma pensão... Tiveram comida na hora certa, calor abrigo, e puderam receber de Deus a chance da reencarnação. Porque alguém que muito te amava, ou odiava, quem sabe, te recebeu dentro dela. Só por isso, merece todo respeito e atenção...
         Que Deus abençoe o ventre que um dia me acolheu... E possa eu, no futuro, fazer o mesmo, com amor e dedicação, a outros peregrinos, de outros mundos, temerosos, ansiosos, felizes ou não...
         Vamos, esqueça as desavenças, os desafetos, os desalinhos... Lembra disso, apenas... São 9 meses... É muito tempo... Quem suportaria ter em sua casa, por 9 meses, um estranho, um amigo, conhecido, amado, festejado ou odiado, comendo a sua comida, antes mesmo de você? Bebendo sua água, minando sua resistência, se aquecendo com seu calor, por 9 longos meses? 270 dias... Já basta para ter nossa eterna gratidão... O que vem depois? Não importa, não interessa... Se foi pouco, muito, bom ou não, faz parte da adaptação...
         Sabe de uma coisa? A estadia não foi paga, nem a alimentação... Foi gratuita, a minha doce pensão... E de graça você já sabe, né? Não se pode reclamar... Por isso, por toda a vida, devo apenas lembrar que dentro de cada célula do meu corpo, ficou a marca da tal pensão... Porque ela fez isso, também... Fez-me ser parte dela, para nunca esquecer de a Deus agradecer por ser o fruto do ventre de minha mãe...
         Obrigada, Senhor...
         Eu fui uma peregrina...
         Fui bebê, fui menina...
         E hoje sou o que sou
         Porque alguém me abrigou
         Deu-me a vida de presente
         Apenas e tão somente
         Porque muito me amou...
                                                        Ana De Nigris (e quem mais intuiu...)

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